Entenda como a computação quântica funciona e conheça os limites da tecnologia que começa a sair dos laboratórios.
Características
POLIVALENTE
O computador quântico Q System One da IBM é um dos primeiros modelos comerciais. É feito para uso em qualquer área. Pode ajudar em frentes tão distintas quanto criar novos materiais ou fazer previsões meteorológicas melhores.
EU SOU MUITOS
A tecnologia usa qubits, versão quântica dos bits tradicionais da computação clássica. Enquanto um bit assume apenas os valores 1 ou 0, o qubit pode assumir 1, 0 ou uma combinação dos dois. Por isso, a máquina consegue fazer mais cálculos e resolver problemas insolúveis nos computadores atuais.
BELEZA CALCULADA
O mecanismo do computador quântico da IBM lembra um lustre antigo (foto do post). A estrutura foi coberta por uma carapaça de vidro escuro. Para deixá-lo mais belo e futurista, a IBM contratou duas empresas especializadas em design: a Universal Design Studio e a Map Project Office.
ELEGÂNCIA FUNCIONAL
A empresa Goppion, especializada em criar estruturas para museus (como o gabinete que protege a Mona Lisa, no Louvre), constrói a carapaça de vidro que envolve o computador quântico. A cobertura é feita com borosilicato, um material resistente a temperaturas extremas.
COMO NO ESPAÇO
Para funcionar bem, o computador quântico precisa estar isolado e muito frio, mais precisamente em temperatura próxima ao zero absoluto na escala Kelvin — ou -273,15 graus Celsius.
ESTABILIDADE
O Q System One tem 20 qubits, o que parece pouco frente aos 2 mil qubits de outro modelo, em operação, da canadense D-Wave. Com estabilidade, porém, a potência basta para começar a desvendar problemas que a computação clássica não resolve.
Linha do Tempo
1980
O americano Paul Benioff, físico e pesquisador do Laboratório Nacional de Argonne, nos EUA, prova que a mecânica quântica pode dar origem a um novo tipo de computação.
1981
O físico teórico americano Richard Feynman, ganhador do Prêmio Nobel, trata de computadores quânticos numa palestra no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e avança nos detalhes sobre como seria a máquina.
1985
O israelense David Deutsch, físico na Universidade de Oxford, publica um artigo sobre a montagem e o funcionamento da máquina. Seu trabalho orienta as empresas até hoje.
1994
No Bell Labs, nos EUA, o matemático Peter Shor escreve o primeiro algoritmo quântico. O código pode quebrar criptografia avançada. O “algoritmo de Shor” vira referência para o segmento.
2000
A IBM estreia um computador com 5 qubits no Centro de Pesquisas de Almaden, nos EUA. O teste científico inclui pesquisadores das Universidades de Stanford (EUA) e Calgary (Canadá).
2007
A canadense D-Wave lança um computador quântico capaz de resolver, em um segundo, milhares de enigmas de Sudoku (jogo baseado na colocação lógica de números). É considerada uma pioneira pelo mercado e pela academia.
2015
O Alibaba (China), com a Academia Chinesa de Ciências, cria, em Xangai, o Laboratório de Computação Quântica Alibaba. Estudam como usar a tecnologia no e-commerce e em data centers.
2016
A IBM estreia na internet um serviço de acesso a protótipos de máquinas quânticas. A ideia é apresentar a tecnologia e a programação quântica à comunidade científica e equipes de TI de grandes empresas.
2017
A Microsoft lança um kit de desenvolvimento de software quântico, que inclui a linguagem de programação Q#. A fabricante de chips Intel anuncia seu primeiro processador quântico.
2018
Numa conferência de físicos em Los Angeles, o Google lança o processador Bristlecone. O chip apresenta inovações para ter baixa taxa de erros, um dos principais problemas da computação quântica.
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