Podemos conceituar uma Cidade Inteligente como sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamentos para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Esses fluxos de conexões são considerados inteligentes (smarts), uma vez que fazem uso estratégico da infraestrutura tecnológica, da informação e do conhecimento existentes, associados a políticas públicas de planejamento e gestão urbana, com o propósito de dar respostas dinâmicas às necessidades e demandas de seus cidadãos.
Apesar de ser um conceito, relativamente, novo as Cidades Inteligentes já fazem parte da pauta de discussão global sobre o desenvolvimento sustentável e movimenta um enorme mercado de soluções tecnológicas para torna-las mais eficientes e seguras.
Uma cidade em que hospitais, delegacias, escolas, centros comerciais, sistemas de abastecimento, saneamento básico e de mobilidade estão diretamente interligados, a troca de informações proporciona mais segurança e qualidade de vida às pessoas. Em uma Cidade Inteligente, sinais de trânsito e faixas de pedestres também reconhecem as variações de movimento e se adaptam automaticamente seus intervalos.
Hoje 85% da população brasileira vive em cidades. A concentração provoca problemas que afetam a vida de milhares de pessoas (inclusive você, leitor desse blog) diariamente. Só em São Paulo parte de seus habitantes passam em média 3 horas por dia dentro de um carro, o que equivale a impressionantes 45 dias por ano.
A concentração da população desafia diversos países, não só o Brasil. Vários grandes provedores de tecnologia de tecnologia já começam a oferecer soluções que podem mitigar e até resolver questões complexas da vida urbana. Big Data e IoT estão na ponta do processo, além de Blockchain que pode ser um componente e aliado nos processos de cibersegurança que as Cidades Inteligentes irão necessitar.
Uma das barreiras para a implementação das Cidades Inteligentes, sobretudo no Brasil, é a baixa integração entre os setores público e privado. O orçamento público não tem capacidade de manter os serviços exigidos pela sociedade. Por outro lado, o setor privado poderia suprir essa carência compartilhando conhecimentos e tecnologias, através da formação de Parcerias Público Privada.
Até 2020 poderemos ter 30% das cidades brasileiras incorporando tecnologias mais inteligentes, principalmente, se o desafio da interoperabilidade entre os diversos sistemas operacionais existentes for superado. No que depender do setor privado a mudança poderá ser rápida. A solução da equação passa pela velocidade em que o setor público incorporará essa visão e transformação.
José Fernando Nassif é Founder e CEO da GAIDE Gestão do Conhecimento e Diretor Executivo da SUCESU-SP, entidade com mais de 50 anos de contribuição á comunidade de TI e, que tem como uma de suas bandeiras a disseminação do conhecimento e do estado da arte.
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