Nos dias 05 e 06 de outubro, tive a oportunidade de participar da VII Conferência Rethink Business 2017 – “Growth and Future Making”, evento organizado pela Crowd Envisioning, no Rooftop5 & Centro de Convenções – Complexo Ohtake Cultural.
Além da ótima organização e recepção aos participantes, o evento contou com temas e palestrantes instigantes, abrangendo as transformações digitais que estão nos impactando e, ao mesmo tempo, tentando trazer contribuições que irão moldar o futuro.
Um dos painéis que mais chamou a minha atenção e gostaria de compartilhá-lo foi “O Futuro do Trabalho”. Afinal, com várias tecnologias que estão mudando a indústria, como Big Data, IoT, Realidade Aumentada, Inteligência Artificial, Carro Autônomo, Impressora 3-D e Robótica, a pergunta que não quer calar é: para onde caminharão as relações de trabalho e quais serão os reflexos no emprego?
Os debates do painel tiveram a presença de Daniela Klaiman, co-fundadora da Unpark e WinWin, David Ruiz, gerente de inovação da Cartão Elo, Felipe Barreiros, CEO da MasterTech, e Lucas Mendes, diretor da WeWork.
Segundo os especialistas essas são as principais tendências que se apresentam para o futuro do mercado de trabalho:
Adeus escritório.
A figura do colaborador que fica oito horas (ou mais) por dia dentro de um prédio corporativo deverá desaparecer com o tempo. Segundo Daniela Klaiman, especialista em futurismo, isso já está acontecendo. “Estamos vendo muitos profissionais saindo das empresas e exercendo funções autônomas, ou trabalhando em diversas companhias ao mesmo tempo. Eles querem se plugar a novas pessoas e exercer diferentes funções em mais de um local”. Um exemplo disso são os espaços de coworking, ambientes compartilhados em que diferentes profissionais convivem e trocam ideias. Segundo levantamento realizado em 2016, pelo projeto Coworking Brasil, já existem mais de 370 espalhados pelo país.
Fim da verticalização.
A ideia de hierarquia no trabalho ficará obsoleta. Deve crescer o modelo horizontal e em forma de rede. Nesse formato, a evolução do colaborador no ambiente de trabalho acontecerá dentro de seu escopo de atuação.
Novas funções.
“Até 2030, 50% dos empregos que conhecemos hoje deixarão de existir. Isso vai acontecer porque estamos vivendo a segunda era de automatização – dessa vez, extrema”, afirma Daniela. Nesse cenário, será fundamental criar profissões que apenas o ser humano é capaz de realizar.
Contato com o time.
Apesar das inovações que permitem o home office, ou o trabalho em qualquer lugar, o contato com o time ainda será primordial. “Faz toda a diferença ter a equipe reunida e trabalhando no mesmo local. A tecnologia é essencial, mas o contato físico também”, diz Mendes, da WeWork. “Oferecemos a possibilidade do trabalho remoto, mas nossas microreuniões e interações fazem com que a equipe acelere muito”, afirma Barreiros, da MasterTech.
Solução de problemas
A característica essencial do colaborador do futuro não será a capacidade de programar, como pensam alguns. Ele deverá ser capaz de resolver problemas que as máquinas não resolvem. “Precisaremos de hardware, e não de software. É essencial ter alguém capaz de solucionar questões complexas para a empresa”, diz Barreiros. O comportamento pesará no recrutamento, segundo Mendes. “Durante a revolução agrícola, esperava-se que o indivíduo tivesse força. Durante a revolução industrial, o colaborador precisava ter disciplina. Conforme caminhamos para a automatização, essas habilidades não serão mais necessárias. O que sobra são as características propriamente humanas”, afirma o diretor da WeWork. Ruiz, da Cartão Elo, também falou sobre a tendência: “Esse avanço tecnológico que estamos vendo vai permitir que nós nos dediquemos mais às funções humanas, como criatividade, senso crítico e colaboração”.
Transmissão do propósito
Saber transmitir a missão do negócio para a equipe é fundamental. “Se o empreendedor não consegue encontrar um propósito e passá-lo para os profissionais da empresa, é muito difícil desenvolver seu time. Se os colaboradores vão trabalhar todo dia apenas para pagar as contas no final do mês, isso pode ser fatal”, diz Barreiros. Mas, para engajar o funcionário em uma causa, o empreendedor deve estar envolvido com ela. “O diretor deve acreditar em sua missão. Só assim ele pode engajar as pessoas”, afirma Ruiz.
Aposta na diversidade
As empresas devem se esforçar para criar uma equipe diversa, com pessoas de diferentes idades, raças, gêneros, religião e ideologias. “Só assim os funcionários aprendem a conhecer o ponto de vista do outro e desenvolvem habilidades de relacionamento”, diz Daniela.
Bem vindos ao futuro!
Fontes: VII Conferência Rethink Business 2017 – http://rethinkbusiness.com.br
Edição online de 06/10/2017 da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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